Hoje, 8 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Colesterol, compartilhamos um artigo de suma importância para os pais, mães e cuidadores de crianças.

Quem assina é a Diretora Médica da Pro Criança Cardíaca, Dra. Isabela Rangel.

A DOENÇA CARDIOVASCULAR 

Na década de 80, trabalhos pioneiros mostraram que, em condições adversas como falta de nutrientes e energia, alterações no desenvolvimento do feto poderiam programá-lo para desenvolver doenças no coração quando chegasse à idade adulta. Sabe-se que tanto a desnutrição como o oposto (exagero na alimentação da mãe) durante a gestação e lactação podem afetar os filhos. Por exemplo, crianças de mães obesas podem correr maior risco de se tornarem obesas e diabéticas.

A alimentação inadequada, inatividade física e fumo são os fatores com maior potencial de serem trabalhados. Vários estudos anátomo patológicos têm demonstrado a presença de lesões na parede arterial já no primeiro ano de vida.  Assim, a prevenção da doença coronariana deve começar na infância, já que os hábitos adquiridos neste período tendem a persistir na idade adulta.

É importante modificar os hábitos das crianças e adolescentes que apresentam dislipidemia e/ou história familiar positiva para doença coronariana, estabelecendo um estilo de vida saudável com alimentação balanceada e atividade física regular.

  • A dieta deve ser individualizada evitando as gorduras transaturadas e saturadas e incentivando a ingesta de verduras, frutas e legumes.
  • A prática de exercícios físicos de forma regular reduz o peso, assim como outros fatores de risco para doença coronariana.
  • As medidas educacionais devem ser direcionadas não só as crianças e adolescentes como também aos seus familiares.


LEMBRETES

Hábitos saudáveis de alimentação e atividade física começam na infância. Para adquiri-los na vida adulta será necessário muito mais esforço. Os adultos são os responsáveis pelo alimento que chega às crianças.  É importante prestar atenção ao que se coloca no carrinho de compras do supermercado. Dificilmente a criança vai trocar o biscoito recheado pela cenoura ralada.

Dentre todos os fatores de risco, a obesidade aparece como o mais importante. Sua prevalência vem aumentando de forma alarmante nas classes sócio-econômicas mais baixas. Alguns casos vão terminar em cirurgia para redução do estômago, onde na realidade se troca uma doença por outra.

Disciplina e exemplo na educação da criança, diminuindo os fatores de risco para doença cardiovascular, serão uma garantia para que a criança, na vida adulta, gaste dinheiro com viagem de lazer, por exemplo, e não com medicamentos e internações hospitalares.

Vamos cuidar melhor de nossas crianças!

Dra Isabela Rangel
Diretora Médica da Pro Criança Cardíaca