O primeiro mês do ano traz consigo uma motivação à mudança, à transformação e a novos rumos. A cor branca simboliza a pureza, a cor branca reflete todas as cores do espectro.

Um papel em branco, uma tela em branco se apresenta na imensidão das possibilidades da criação.

A escolha desse mês como campanha para a saúde mental nos faz refletir sobre essa abertura em nossa vida como sujeito atuante e responsável por esse olhar, por isso não se restringe apenas a um mês, há de se manter durante o ano inteiro para que não passe em branco isso que requer de nós tanta atenção.

O laço social é o que se faz pertinente e consequentemente nos lança as relações como uma averiguação de nossa condição de saúde mental, o homem e sua confrontação com a angústia, com o outro, com a dor de existir, inerente a cada um.

Qualquer sofrimento convoca um olhar para esse que nos faz par.

Algumas doenças psiquiátricas nos amedrontam, por exemplo, a esquizofrenia, que é uma das formas do sujeito se situar no mundo, esse que não deixa de ser um sujeito na sua singularidade, porém esse sujeito se estabelece no âmbito da gravidade das psicopatologias, negligenciando todas as outras formas de adoecimento psíquico que se estabelecem em nossa humanidade.

Quantas crianças e jovens depressivos com dificuldades, acometidos, que apresentam quadros comprometedores em velocidade espantosa, quantos suicídios acontecem.

Sofremos atualmente uma verdadeira batalha interior evidenciada na fase pós-pandêmica, em um só depois, que se potencializa, efeitos traumáticos individualizados já existentes e que se concretizam no transbordamento das relações!

O mal-estar sempre irá existir, mas há como ter um meio diferenciado do posicionamento do sujeito frente a esse mal-estar.

Seja um condutor da saúde mental em sua vida, se faça presente não em um saber absoluto e estanque daquilo do qual ouviu falar.

Seja um protagonista de sua história, atue, se interesse, fale sobre isso, observe o que de escrita e colorido você pode fazer nesse branco que a vida lhe oferece!

Nós, do Pro Criança Cardíaca, estamos atentos a sua atuação e sabedoria em apoiar essa campanha interminável.

Claudia Marcia Blois

Psicóloga e Psicanalista

De acordo com a Dra Isabela Rangel, o atendimento psicológico no projeto dá o apoio ao paciente e à família, tratando das questões psicológicas associadas à doença cardíaca.

“Procuramos desenvolver, principalmente, a resiliência no pré-operatório e promover o entendimento do próprio sentimento em relação à doença, além de desenvolver um trabalho de aceitação às restrições daquele paciente às atividades habituais da idade. Importante ressaltar que as condições relacionadas tanto às carências emocionais quanto às socioeconômicas também são abordadas”, declara a Diretora Médica do Pro Criança.