Para comunicar as histórias de sucesso no cuidado de crianças com cardiopatia, apresentar o Pro Criança Cardíaca de forma transparente e atrativa, com o intuito de conquistar novos apoiadores, é fundamental ter sensibilidade e identificação com a instituição. Foi um amigo quem viu a vaga para analista de marketing disponível e não teve dúvidas, enviou o currículo do Daniel Picoli por conta e risco. Daniel tem fascinação por crianças e vem aprendendo muito com o desafio de ser ouvinte em momentos desafiadores para depois propagar conteúdos.

“Eu gosto muito de criança. As crianças gostam muito de mim. Acho que eu tenho sorte delas quererem dividir a história delas comigo, eu acho muito interessante”, emociona-se logo no início do bate-papo.

Desde a infância vivida na Barra da Tijuca e da época do colégio, Daniel contou que era estimulado a enxergar as pessoas e abraçar iniciativas sociais. Com o falecimento do avô, viu que a avó ficou sozinha em Vitória – ele é capixaba do Espírito Santo, mas já se tornou carioca – e sentiu a necessidade de ficar com ela. “Não sei, alguma coisa me tocou de que eu precisava ficar com ela, sabe? Eu fui para Vitória, passei por um processo seletivo de um Centro Universitário e fiquei por dois anos e meio desenvolvendo muitos projetos sociais”, compartilhou.

É assim quando o coração fala mais alto e o propósito de fazer o bem vira uma rotina. Com a vinda da avó por um período para o Rio, Daniel retornou contente de ter deixado um legado de iniciativas sociais – que após dois anos seguem sendo realizadas, como a expedição entre estudantes e crianças que nunca tinham visto um dentista e a loja vazia – e também com a certeza de seguir a carreira no Terceiro Setor.  “Eu amo Rio de Janeiro. Eu amo meus amigos aqui do Rio, as praias, meu estilo de vida está aqui e não em Vitória. Eu não estava fazendo as coisas que eu gostava. Só estava realmente trabalhando e vivendo para isso”.

O empurrãozinho do amigo o fez parar no Pro Criança Cardíaca, e logo na entrevista de emprego foi fisgado pelo projeto. “O propósito é maravilhoso. Eu me senti super envolvido com a causa. O Pro Criança não para, então chegam crianças a toda hora, e agora muitas me reconhecem”.

E lá se vão oito meses ouvindo histórias, filmando, editando, fazendo foto, atualizando as mídias digitais, criando artes… “Vivenciar que um dia uma criança e a sua mãe estarão no projeto e, no outro, não por causa da morte mexe comigo. O maior desafio é você conhecer o limite da criança e reconhecer o limite do seu trabalho para se resguardar, mas, ao mesmo tempo, proporcionar um carinho para famílias que precisam. Eu tenho que conquistar a confiança deles e mostrar que estou filmando, mas não é só pelo engajamento do Pro Criança, eu quero salvar a vida das famílias. Eu sei que pra família eu sou um ponto seguro, sei lá, um preenchimento. Eu sinto que é pra mim. Nada paga, por isso que eu gosto tanto de criar as campanhas junto com o pessoal do setor. Me traz muita realização profissional”.

O casamento de um ano e meio, os dois gatos e a construção da sua família são grandes motivações. O irmão mais velho da Sofia e da Renata revela estar aprendendo a controlar mais o seu emocional e que tem sido transformador todo o aprendizado proporcionado pelo Pro Criança, além do contato diário com um marketing de propósito. “Estou em um lugar que atende famílias, então a gente tem que exercer isso também no dia a dia. Também parei de levar as questões do projeto para casa e faço atividade física diariamente pensando no meu autocuidado”.

Sobre como Daniel acredita que o marketing possa impactar positivamente a vida de crianças com cardiopatia em situação de vulnerabilidade social, ele ressalta sobre a boa imagem que o Pro Criança possui nas redes sociais conquistada por meio de conteúdo humanizado e de responsabilidade social. “Não impulsionamos ou pagamos posts patrocinados, então a captação é pela identificação com a nossa mensagem e missão”.

Como despedida, Daniel deixa uma mensagem para quem deseja ter algum envolvimento com projetos sociais. “Dê o primeiro passo que abraça você. Acho que falta ainda muita gente acordar para ver o quão grande isso aqui é e quão grandioso. É para os outros, para quem precisa”.