Para a médica, informação é aliada poderosa no contexto de uma doença que apresenta novidades o tempo todo

A diretora médica da Pro Criança Cardíaca, Dra. Isabela Rangel, e o cirurgião cardiovascular Marcelo Ferreira debateram em live, via @E. Tamussino & Cia, parceiro da Instituição, o prognóstico da Covid-19 na infância, a Doença de Kawasaki nas Crianças e os tratamentos disponíveis para a nova patologia.

Os desafios da Pro Criança durante a pandemia, a história da Instituição e suas premiações e as formas de doar também estiveram na discussão, bem como a alegria pelo aumento dessas doações graças a percepção da necessidade do outro, que parece ter ficado mais evidente neste período, segundo a diretora médica da Instituição.

Entre os destaques da conversa, a explicação sobre os dois grupos de crianças quanto ao risco de contrair o coronavírus, de acordo com o consenso das sociedades brasileiras de Pediatria, Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular. A informação teve o objetivo de ajudar as dúvidas comuns dos pais, atendidos ou não pela Instituição: no grupo 1, estão as crianças portadoras de cardiopatia congênita e adquirida, mas sem repercussão hemodinâmica, ou que já foram operadas e ficaram bem cirurgicamente. “Pacientes como estes têm o mesmo risco de qualquer outra criança”, observa Dra. Isabela Rangel.

No grupo 2, são as crianças portadoras de cardiopatia congênita ou adquirida, porém que apresentam repercussão hemodinâmica, entre elas insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar e hipoxemia (cor azulada e falta de oxigenação). Fazem parte deste grupo, ainda, as crianças que operaram e não ficaram bem ou que estão em algum estágio aguardando para outra cirurgia. “Essas crianças são consideradas de risco, mas ainda existem muitas dúvidas sobre o comportamento da Covid-19 na população pediátrica”, explica a médica.

De acordo com ela, há muitos estudos sendo feitos para entender como a Covid se aloja nos mais novos e chama atenção para a subnotificação da doença nessa faixa etária, em virtude de serem assintomáticos ou terem poucos sintomas, fazendo com que os diagnósticos não sejam realizados em muitos casos. “O fato é que a gente conhece pouco sobre o que acontece realmente com esses pacientes”.

Apesar de ser assintomático e, em teoria correr menos risco, Dra. Isabela destacou a importância do isolamento social de crianças e jovens, assim como a adoção de medidas preventivas porque os mais novos são também podem ter manifestações clínicas exageradas.