DIA NACIONAL DE REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA, 28 DE MAIO, É CHANCE DE DISCUTIR UM PROBLEMA QUE CERTAMENTE PIOROU NA PANDEMIA

A redução da mortalidade materna permanece um grande desafio da saúde, da ética e da equidade social, de gênero e raça. É uma das mais graves violações dos direitos humanos das mulheres, por ser uma tragédia evitável em 92% dos casos e por ocorrer principalmente nos países em desenvolvimento. O Brasil está longe da meta da Organização Mundial de Saúde (OMS), que prevê a redução da mortalidade materna para 20 óbitos em cada 100 mil nascidos vivos. Em nosso país, são 59,1 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos (dados de 2018).

As altas taxas brasileiras são um grave problema de saúde pública, atingindo de forma desigual nossas regiões, com maior prevalência entre mulheres de classes sociais com menores condições de acesso aos bens sociais. O Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, 28 de maio, é chance de discutir essa questão que certamente piorou na pandemia. Mesmo sem dados oficiais disponíveis sobre a morte de mulheres grávidas devido à Covid-19, todos os dias somos surpreendidos por várias notícias de óbitos dessa população.

“A perda materna é uma tragédia não somente por aquela vida, mas também pelo impacto causado na família. A morte da mãe priva a criança da amamentação, do aconchego e do amor materno, influenciando no seu  desenvolvimento e aumentando, inclusive, a mortalidade infantil e a desnutrição na população mais vulnerável. Estudar as taxas e os registros da mortalidade materna é necessário não somente para conhecer a saúde da mulher e suas condições sociais e culturais, mas também para entender os riscos da gestação, parto e do pós-parto”, destaca Dra. Isabela Rangel, cardiologista e Diretora Médica do Pro Criança.

O Portal da Fundação Oswaldo Cruz listou os principais itens de atenção sobre o tema. Compartilhamos para leitura dos seguidores do Blog do Pro Criança Cardíaca:

Prevenção da pré-eclâmpsia no pré-natal
A maioria das mortes por pré-eclâmpsia e eclâmpsia é evitável com cuidado efetivo às mulheres com essas complicações.

Sepse Materna: sinais precoces de infecção
Se a infecção materna não for reconhecida precocemente e tratada a tempo pode progredir para choque e morte.

Hemorragia pós-parto
É a segunda causa de morte materna no Brasil e pode ser evitada com medidas durante o pré-natal, parto e pós-parto.

Risco reprodutivo e contracepção
Mulheres que apresentam ou já apresentaram risco reprodutivo devem ser bem orientadas e ter disponíveis métodos contraceptivos que garantam sua autonomia e segurança.

Gestação de risco: cuidados básicos e imprescindíveis
As ações adequadas durante o pré-natal contribuem para melhores desfechos para a mulher e para o bebê, e protege mulheres da mortalidade materna.

O cuidado em rede e a prevenção da morte materna e perinatal
A integração de ações e serviços de saúde e a qualificação dos seus profissionais garante a redução da mortalidade materna e perinatal.

Lista de verificação da OMS para partos seguros
Check-list da Organização Mundial da Saúde de práticas essenciais ao parto baseadas em evidências científicas, que ajudam a evitar as principais causas de morte materna.

A demora nos cuidados adequados às complicações maternas
O tempo na obtenção de cuidados adequados é o fator mais importante relacionado às mortes maternas. Para reduzir essa mortalidade é necessário que todas as mulheres tenham acesso aos cuidados obstétricos de emergência quando precisarem.