A série Mulheres da Governança recebeu na noite de 19 de abril a diretora executiva do Pro Criança Cardíaca, Mitzy Cremona. O bate-papo contou com a mediação da coordenadora do Comitê de Governança na Prática e mentora do Programa de Mentoria para Prefeituras da Rede Governança Brasil (RGB), Luana Lourenço.

O encontro está disponível no canal do YouTube da RBG

Durante o bate-papo descontraído, a diretora executiva do Pro Criança conversou sobre sua história de vida, trajetória profissional, terceiro setor, liderança feminina, governança, autoconhecimento, além de receber homenagens da filha, marido e colaboradores.

Cremona agradeceu por participar da série da RGB. “Estou me sentindo muito honrada e emocionada. Acho que é um privilégio a mulher ter esse espaço”, disse.

Mitzy Cremona é formada em Direito pela PUC-Rio, trabalhou em “Big Four” e em escritórios de advocacia. Ela também foi nadadora de alta performance em grandes clubes de seleções carioca e brasileira.

Segundo a diretora, os pais influenciaram em suas escolhas e autonomia. “Eles sempre me moldaram e educaram para ser uma mulher independente. Para que eu fosse atrás dos meus sonhos e construísse a minha independência financeira e emocional. Os dois me empurraram para eu fosse atrás do que eu quisesse”, afirmou.

Para Cremona é preciso um grande esforço para a mulher ter reconhecimento necessário e chegar em cargos mais altos de liderança. “Passa um filme na sua cabeça, de tudo que você abriu mão. Você pensa o quanto que você demorou para chegar ali. Eu sempre falei isso para a Bettina [filha] que o caminho é mais importante que o resultado final”, observou.

Durante o encontro virtual também foram retratados temas delicados como de assédio no ambiente de trabalho. A diretora disse que o assunto deve ser debatido. “O assédio tem que ser debatido, precisa ser trazido à mesa, tem que ser tratado como uma patologia. Isso fere as mulheres, ofende a nossa imagem e inibe a performance profissional”, explicou.

A coordenadora do Comitê de Governança na Prática, Luana Lourenço, perguntou sobre o processo de liderança feminina para Cremona. Ela respondeu que a ‘mudança de chave’ veio com o nascimento da filha Bettina. “Ali eu decidi tomar o controle da minha vida, eu decidi dirigir o meu carro, traçar o meu caminho e não deixar fluir”, disse.

Governança humanizada e terceiro setor

A governança humanizada também foi um dos destaques do bate-papo. Segundo Cremona, quando o processo de humanização é trazido para as organizações são apresentados resultados imediatos.

“É colocar as pessoas nos centros das decisões que o resultado vai vir com mais autonomia, menos comando e controle…, partilhando resultados e vitórias”, comentou.

Em relação ao terceiro setor, a diretora executiva disse que ele já deve nascer em conformidade, ou seja, estar com uma governança estruturada. “As empresas que não estiverem preparadas e minimamente estruturadas, com seus estatutos, demonstrações financeiras aprovadas e publicadas não vejo caminho para essas organizações”, explicou. E acrescentou que as demonstrações financeiras são os documentos mais importantes dentro das instituições.

Quanto à governança, Lourenço questionou se a organização social também deve realizar seu reporte anual, conforme as boas práticas de governança. Cremona reforça que há a necessidade de reportar anualmente às partes interessadas, inclusive a sociedade, acerca dos avanços e impactos gerados a partir dos fatores ESG empregados pela instituição. E aponta como caminho rumo à longevidade organizacional.

(fonte: Assessoria de imprensa Rede Governança Brasil)