Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007 – Acabou o carnaval. Será que acabou?
Praia do Leblon, um dos cartões de visita da cidade do Rio de Janeiro. Imunda. Plásticos, garrafas, latas, copos aos milhares espalhados por toda a extremidade da orla, bem ao alcance das ondas inocentes, soberbas que bailando, os acolhem.
Um cheiro insuportável. Um verdadeiro banheiro a céu aberto.
Até onde vamos suportar tudo isto? Estamos esperando o que?
Vamos rápido acordar e sair da nossa zona de conforto e assim não sermos conhecidos como a cidade da impunidade com suas leis cada vez mais escondidas. Lá bem no fundo das gavetas.
Se sairmos da estrada da ordem e da lei e da honra enveredando por desvios do desmando, corremos o risco de nunca mais acharmos o caminho de volta para a legalidade.
Depois de quatro dias esplendorosos de muito descanso, aproveitei o cair da tarde com a temperatura mais amena e lá fui eu passear na praia. Voltei rápido. O astral era muito ruim. Posso até dizer que me senti pesada. Ansiosa, retornei à ordem e à harmonia da minha casa.
Mais uma vez, olho o céu e as árvores e sinto que estão em harmonia, como se nada tivesse acontecido. E é esta paz que estou procurando.
Muito triste. Nenhum passo à frente. Muitos passos para trás.
Mesmo discurso, infelizmente. Nada mudou.
Dra. Rosa Celia
Fundadora e Presidente do Pro Criança Cardíaca
Texto original publicado em fevereiro de 2007na Revista Pro Criança.