Natan tem 19 anos e um desenvolvimento perfeito para a idade dele. Carrega uma discreta cicatriz no tórax, de uma cirurgia bem-sucedida feita quando ele tinha apenas sete meses, após o diagnóstico de Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV), doença comum em metade das crianças com Síndrome de Down em todo o mundo, segundo estudos*.

Hoje, ano de 2019, Natan precisa apenas de consultas cardiológicas de rotina – como qualquer pessoa que passe por uma cirurgia dessa natureza na vida – e sua história pode ser a mesma de muitos pequenos que nascem com Síndrome de Down, já que um dos principais fatores que mais contribuem para um desfecho feliz, como o dele, é o diagnóstico precoce.

A fundadora e presidente da Pro Criança Cardíaca, Dra. Rosa Celia, reforça a importância do acompanhamento cardiológico nessa população, desde o nascimento. O diagnóstico precoce é importante para direcionar o tratamento, clínico ou cirúrgico: “No caso das cirurgias, o objetivo é a cura, contudo, o resultado vai depender da complexidade das lesões. Após a operação, a grande maioria das crianças pode levar uma vida normal, exceto aquelas com disfunção valvar ou arritmia pós-operatória.”

O Defeito do Septo Atrioventricular (DSAV) – composto por Comunicação Interatrial (CIA), Comunicacao Interventricular (CIV) e Válvula Atrioventricular Única – é a cardiopatia mais frequente nesses pacientes, porém outras podem ser encontradas, como a Comunicação Interatrial, a Comunicação Interventricular, a Tetralogia de Fallot e a Persistência do Canal Arterial.

*O estudo mais recente sobre o assunto de que se tem notícia foi realizado na Dinamarca em 1990, e apontou que a prevalência de anomalias cardíacas congênitas em pessoas com Síndrome de Down (SD) é de 40 a 50%.