UM DOS PRINCIPAIS VILÕES DO SOBREPESO INFANTIL, ELE SE TRANSFORMOU TAMBÉM EM COMPENSAÇÃO PARA AS RESTRIÇÕES DO DISTANCIAMENTO SOCIAL

A maioria da população ganhou peso desde que os protocolos de segurança para evitar a proliferação do novo coronavírus entraram em vigor, há quase um ano. Com relação às crianças, especialmente, com as atividades cotidianas de locomoção fora de casa bastante reduzidas ou nulas (caso de famílias que cumpriram a quarentena), e sem atividades físicas na escola, nos clubes e parquinhos, muitas estão com sobrepeso.

“A falta de rotina tem contribuído muito para isso. Dormir tarde, às vezes de madrugada, comer fora do horário das refeições e sem o controle dos pais, que até podem já estar dormindo, acordar perto da hora do almoço… os resultados já estão aparecendo no consultório”, conta a nutricionista Maria Eugênia Deutrich Aydos, voluntária da Pro Criança Cardíaca: “Pacientes que atendi no início de 2020 e que tinham a indicação de reeducação alimentar estão ainda mais pesados do que na primeira consulta, por exemplo”.

Além da mudança no padrão de sono da criança, o consumo excessivo de alguns alimentos nesse período da pandemia também tem ajudado a disparar os ponteiros da balança, entre eles, o açúcar. Afinal, a ingestão de algo doce (lembre-se que também há açúcar nos pães e massas, refrigerantes, iogurtes, sorvetes etc) libera hormônios que trazem a sensação de bem-estar e acolhimento. É tudo o que se quer num período tão desafiador para as famílias, não é mesmo?

Mas, infelizmente, o açúcar vicia o cérebro e o uso contínuo em demasia contribui para o surgimento de doenças como pressão alta, colesterol e obesidade. Para as crianças cardiopatas, então, é um sinal de alerta importante. “Como todo ciclo vicioso se for interrompido, ou seja, se passarmos um período maior sem comer doce, a vontade acaba diminuindo”, destaca Maria Eugênia.

Limitar porções: uma ou duas vezes por semana, mas quanto?
“Mas não adianta pedir para as crianças mudarem os hábitos, a família precisa estar disposta a reduzir o consumo de açúcar, pois faz mal para a saúde infantil comer doce todo dia” diz a nutricionista. Segundo ela, substituir a sobremesa por fruta é clássico e vale muito; e num período de transição, para quem é muito chocólatra, é uma boa trocar o chocolate (que além do açúcar tem gordura) por um doce de fruta, como a goiabada, assim como optar por sorvetes de frutas. Frutas secas também são uma opção para amansar a vontade de comer doce.

É preciso também limitar as porções. Se for liberado uma ou duas vezes por semana, que tamanho vai ser esse doce? Se houver uma comemoração de aniversário quantos salgadinhos, quantos pedaços de bolo, quantos docinhos vamos combinar de comer? “O mais importante da festa não é comida, é preciso administrar o consumo dos petiscos ao longo do tempo da comemoração. Aí, de novo, o adulto precisa dar o exemplo se quiser o comprometimento da criança”, indica Maria Eugênia.

O proibido é mais gostoso, então o que fazer?
“O que a gente proíbe acaba sendo mais gostoso e, quando liberamos, a criança pode acabar comendo de forma exagerada se tiver tendência à compulsão alimentar. Por isso também é importante avaliar a questão psicológica, porque pode ser o caso de se colocar diariamente um bombonzinho na dieta como mecanismo de redução gradativa”, completa.

Nossa nutricionista voluntária divide com os leitores do Blog Pequeno Coração uma de suas saborosas receitas que têm sucesso garantido entre as famílias, ajudando na redução do açúcar.


SORVETE DE BANANA COM MORANGO

Ingredientes

?2 Bananas D’água bem maduras
? 10 morangos frescos – de preferência orgânicos

Preparo

?Coloque as bananas junto com os morangos no congelador (o ideal é de um dia para o outro).
?Bata as frutas no liquidificador ou no processador de alimentos até virar um sorbet (o irmão do sorvete, feito à base de frutas, sem leite ou creme de leite)
Sirva imediatamente. ?

DICA: ☝️O morango pode ser substituído por outras frutas: manga, abacaxi, amora, etc. Também pode acrescentar nozes, castanhas e uva-passa para crianças maiores de 1 ano.

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