No Dia Mundial da Hipertensão Arterial – 17 de maio e com aumento do problema na população infantil, o Pro Criança Cardíaca alerta para a importância de medir a pressão arterial nas consultas pediátricas, em consonância com a Sociedade Brasileira de Pediatria

Estudos mostram que a hipertensão arterial (HA) primária vem aumentando nos últimos anos em crianças acima de seis anos que têm sobrepeso, ou obesidade, ou história familiar positiva para a doença.

Os cardiologistas pediatras do Pro Criança Cardíaca têm comprovado essa escalada entre os pacientes atendidos pela instituição e alertam para a importância de medir a pressão arterial (PA) a cada consulta pediátrica, já que, muitas vezes, a HA pode passar desapercebida. Em geral, crianças e adolescentes hipertensos são assintomáticos. Apenas alguns apresentam quadro de cefaleia, irritabilidade e alterações do sono.

Em 2020 foi publicada a nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial através do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia em parceria com as Sociedades Brasileiras de Hipertensão e Nefrologia, trazendo avanços no diagnóstico, avaliação clínica, estratificação, tratamento e controle da doença hipertensiva. A discussão sobre esse tema é de grande importância, pois Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, apesar do interesse no estudo da HA nas crianças e adolescentes, ainda hoje, o diagnóstico tem sido feito de forma tardia, por causa da falta de inclusão da medida da pressão arterial como rotina no exame físico da criança”.

Dra. Rosa Celia, presidente do Pro Criança Cardíaca, destaca a importância de medir a pressão arterial em cada consulta médica, principalmente no caso de crianças obesas, ou que tomam medicamentos que podem elevar a PA, que têm doença renal, que são diabéticas ou com história de coartação da aorta. “O pediatra também deve fazer essa medição no período neonatal, para afastar doenças cardíacas e renais, entre outras”, destaca.

“Temos recebido cada vez mais pacientes com hipertensão arterial e a maioria sem uma causa secundária. Atribuímos o aumento da HA primária ao sedentarismo cada vez maior na população pediátrica, à alimentação inadequada, associados a história familiar positiva para hipertensão e ao aumento do estresse”, afirma Dra. Rosa Celia.

Hipertensão arterial primária e secundária

A HA primária é aquela que atinge a maior parte da população – inclusive crianças e adolescentes – e não tem causa médica identificável. Na maioria das vezes, ela se deve ao estilo de vida, que inclui elevada ingestão de sal e de calorias, fatores que conduzem ao peso excessivo ou obesidade, diretamente relacionados à elevação da pressão arterial (PA).

Já a HA secundária, nas crianças, é causada por doenças identificáveis, entre elas trombose da artéria renal, estenose da artéria renal, malformações congênitas renais, coartação da aorta, displasia broncopulmonar, doenças do parênquima renal e hipertensão arterial primária.

Quais os valores da pressão arterial na infância?

A análise da pressão arterial na infância usa como referência valores normais da pressão arterial sistólica e diastólica em crianças e adolescentes da mesma idade, sexo e percentil de estatura. Na infância, percentil acima de 95 em três visitas diferentes pela técnica correta é sinal de hipertensão instalada.

Uma vez feito o diagnóstico de HA, o tratamento irá depender de fatores como etiologia (primária ou secundária), risco cardiovascular (história familiar) e/ou valores da PA. O tratamento na infância e adolescência tem como objetivo evitar que aconteça lesão em órgãos- alvo e que o aumento da Pressão arterial se mantenha na vida adulta.